Em outros coletivos de economia solidária de Diadema, sejam formais ou informais, as mulheres têm papel preponderante na organização.
Um dos mais antigos coletivos de economia solidária do município, a Feira de Artesanato de Diadema sempre teve, ao longo de toda sua história, mulheres à frente da articulação do grupo, que chegou a contar com 110 artesãos, a maioria mulher. Atualmente, o grupo se encontra em processo de reformulação, mas informalmente, Jorgina Maria dos Reis, Gina, da barraca de acarajé, é uma das lideranças do coletivo. São muitas as mulheres que decidem os caminhos da Feira.
Os Afroemprendedores de Diadema, coletivo que trabalha com ampla diversidade de produtos e serviços têm 22 integrantes, 18 mulheres. O projeto Colmeia, coletivo de artesanato dos usuários da rede de saúde mental do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Norte, também é um grupo majoritariamente de mulheres.
Para Adélia Santos, 52 anos, advogada, moradora de Diadema, afroempreendedora e uma das articuladoras do grupo Pétalas, uma associação informal de costura, esse fenômeno tem uma explicação: o mercado de trabalho no Brasil exclui as mulheres muito rapidamente. “Depois de uma certa idade, temos muito mais dificuldade para voltar ao mercado de trabalho do que o homem, o que acaba nos empurrando para o setor informal ou para ser empreendedora”, explica.
Gilnair Pereira, coordenadora de formação do Ipeps e uma das fundadoras da Cooperlimpa lembra que as mulheres têm cada vez mais assumido o papel de provedora da família em um mercado marcado por desigualdades e extremamente machista. “Somos as primeiras vítimas de corte de pessoal nas empresas capitalistas. Muitas encontram na economia solidária alternativa não só para sua independência financeira, mas alternativa para um modelo de sociedade que lhe proporcione melhor qualidade de vida e melhores relações de trabalho, propondo uma sociedade mais justa e igualitária”, aponta.
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